terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Caminhada

Existem duas formas de encarar uma caminhada. Olhando pra frente é possível avistar o ponto de chegada e, portanto, também os obstáculos que interpõem-se até lá. E ainda ter uma noção do tempo que falta para dar aos seus passos um descanso. Há quem prefira essa cautela. Mas há quem caminhe olhando pro chão. Pois para esses, melhor uma surpresa sem noção a um caminho excedido de precaução. E não saber o tempo que lhe resta com exatidão é mais seguro do que lhe parecia até então. O medo, concreto ou abstrato, é o ponto cego da caminhada da vida.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Juras Perdidas

Hoje vi o sol nascendo, a dor me tirou a paz que o sono traz. Uma dor que muitos conhecem, uns ignoram e outros com ela se apavoram. Uns, calados, a aceitam enquanto outros a rejeitam. É dor que carrega em sua infindável melancolia uma inafiançável sabedoria. Já não me dói como doeu uma vez, mas essa dor não perde sua tez. E as lágrimas que molham essas páginas também preço não tem. É lembrança que não morre por mais que o tempo a forre. Essa dor de amor amigo, jamais se vai assim ligeiro. Ascende em um piscar de olhos, como um isqueiro: a chama que dura enquanto tu a seguras. E quando achas que apaga, não vês o quão enganado estavas. Mas faz parte da vida amigo, ser querido e ao mesmo tempo um coração partido. E já nem sei discernir se choro com paixão ou se é só solidão.

sábado, oito horas da manhã.
crédito do título à querida Lilinha.

domingo, 28 de dezembro de 2008

Um sorriso de conversa

- e você?

eu? só, desde sempre.
as pessoas desse mundo me querem não.

- isso não é coisa que se diga...

rs.
me querem, mas não como as quero, dificilmente.
uma vez ...
era madrguada, quase manhã raiada quando ouvi uma voz dizendo no telefone:

- quer mesmo saber porque todo mundo termina com você?

quero, respondi.

- porque você é muito perfeita. tem tando amor pra dar, que as pessoas se assustam.

não respondi.
não porque achasse que fosse certo.
não porque fosse o que eu queria ouvir, mas também não porque fosse o que eu não gostaria de ouvir.
mas porque ... não fez sentido. não pra mim.
é essa minha história só.

- eu gosto de você assim = )

agradecida ...

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Traduzindo olhares

Vago por todos os lugares que você imaginar, e nunca estou ausente. Aconteço as vezes intensamente, mas também sei me esconder onde só os sensíveis podem me achar. Tem uns que me mostram facilmente e outros parecem não me querer, porém sou inevitável. Posso estar em todo lugar: nos olhos, no toque, nas palavras ou no ar. Alguns poucos, com muito custo, até conseguem me enjaular, mas pra grande maioria sou paticurlamente indomável. Um mínimo deslize e lá estou diante de você novamente. E tente me subestimar... Sou mais forte do que pensas. Sou lembrança, sou carinho, e sou todos os seus medos e desejos. Ora sou certeiro, ora sou indecifrável. Minha transparência pode agradar ou não. Posso até te induzir à ilusão. Sabem quem sou?

Sou seu sentimento ...

sábado, 4 de outubro de 2008

Uma confissão de momento

Não sei bem o que lhe dizer esta noite. Quando escolhemos e podamos demais nossas palavras e isso for sinal de confusão, o momento não é certo para usá-las. Mas, você há de concordar comigo que às vezes as pessoas sentem, e sabem o que sentem, só que preferem acreditar que estão confusas. Ou por terem medo de magoar o outro, ou a si mesmo. Sinceridade no jogo do amor não era pra ser motivo de incertezas, e sim soluções. Ter medo de se entregar, e deixar as borboletas da sua barriga falarem mais alto é normal. Privar-se de sinceridade, não. Se minhas palavras soam confusas, perdoa-me. Quero dizer muita coisa e ao mesmo tempo não dizer nada, não é assim que funciona? "Hoje eu mandei mensagem, então amanhã não vou ligar, e daqui a dois dias eu mando outra mensagem ... Se ele ligar, deixo toca um pouco o telefone ..." Não entra na minha cabeça as regras desse jogo, quando na realidade elas não deveriam existir. Amor não se faz, acontece.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Um não que é um sim

Não quero te querer
Pra não me aborrecer
Nem pense em me fazer
Aos seus charmes ceder
Não quero me envolver
Nem em seus braços me aquecer
Também não quero te ter ...

Quanta ilusão tecer
Mentiras pra tentar esquecer
Verdades que fazem meu peito arder.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Uma lenda que deixou de ser lenda

Pare um pouquinho. Agora leia e pense comigo.
Certos acontecimentos são tão puramente cravados em seu coração que o sorriso é reflexo direto dessas memórias. De tal jeito engrandecem a alma que são capazes de nos fazer relembrar e sentir o momento em que se deu tal fato.
Estávamos saindo do cinema quando percebi, contrariadíssima, que meu cadarço estava desamarrado. Que saco, já era a décima milionésima vez que teria que amarrar aquele bregueço. Pensei em um brevíssimo instante de tempo em pedir pra ele amarrar. Logo caí em mim - lógico que não, que abuso né senhorita, por favor. Apesar de contrariada e preguiçosa comecei a me abaixar. E na mesma hora parei. Lá estava ele amarrando, sem pestanejar ou ao menos ter visto algum sinal de pedido meu. Leu meus pensamentos sem que eu percebesse. E quando se levantou encontrou em mim o sorriso mais bobo do mundo. Encontre um homem que amarre seus cadarços e me diga se aqueles laços causaram embaraços dentro da sua barriga. Posso senti-los até hoje. E houve quem dissesse estar feliz por eu ter provado do romantismo de um homem.