sexta-feira, 27 de agosto de 2010

E a falsidade?

Foi na mesa do almoço de hoje que comecei a pensar sobre o assunto. Começou-se a falar sobre gasturas esquisitas que certas pessoas têm: um barulho de giz no quadro, da madeira do picolé ou do gelo acumulado do freezer da geladeira. E foi assim que me perguntaram: e você Letícia, tem gastura do quê? Respondi - Eu? Tenho gastura de gente hipócrita.

Eis que surgiu a minha dúvida. Diz-se por hipocrisia o fingimento de certas ações próprias. As vezes, ser omisso quanto a um ponto pode ser interpretado como fingimento. Aonde está o limiar da omissão por respeito e da omissão por hipocrisia? Sim, porque uma coisa é ser omisso para preservar um bom relacionamento, respeitando as diferenças. Outra coisa completamente diferente é você ser omisso, e na verdade pensar coisas degenerativas sobre aquele alguém e mesmo assim agir como se tudo estivesse nos eixos. E posso ser chata, mas novamente chego à grande questão: que sinceridade é tudo dentro de um relacionamento. Fica claro que a partir do momento que eu escolho te dizer o que me apraz ou não, é uma escolha sua me contar ou deixar de contar o que quer que seja. Não cabe a mim julgar ou criticar, pois a função de um amigo não diz respeito a uma obrigação como esta. E sim, a uma compreensão dentro do limite do respeito. Uma orientação eu esperarei de ti, assim como lhe darei a minha se um limite for ultrapassado. O limite ético e moral, a meu ver. Que é vulnerável entre um indivíduo e outro, mas a sociedade concorda, em sua maioria, com alguns termos.

Sobre a falsidade? Muitas vezes é falta de diálogo. Mas tem gente que não tem remédio não, parece que nasceu pra isso...     

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Sobre o companheirismo. Já falei dele?

É impressionante o número de reclamações que as pessoas fazem da vida. Sempre tem uma coisa incomodando, nunca estamos satisfeitos. Não é querendo criticar não, é que venho percebendo as reclamações e como realmente viver não é fácil. Nossas primeiras preocupações surgem nos deveres de casa, trabalhos e provas. Depois o vestibular. A faculdade é outro universo de preocupações, porque mesmo quando termina deixa questões pra serem resolvidas. O primeiro trabalho, o estabelecimento de uma vida. Confesso que a imaturidade inocente e fatídica da adolescência atrapalha muito na hora de enxergar as soluções. O início de uma vida adulta acalma as tempestades, mas não faz sumir as nuvens do céu. No entanto, todo dia nasce um novo tempo. E, estando as nuvens carregadas ou não, podemos parar para refletir. Ter uma razão pela qual viver é a fonte da força para a eterna batalha que travamos contra os obstáculos que surgem. A busca por esta razão se dá através de um longo e complexo processo de maturação e autoconhecimento. A vitória, então, é fruto de um caminho percorrido por muita reflexão e esforço.

A minha razão de viver está no amor que sinto pela minha família, os meus amigos, e aquele que percebi ser o melhor companheiro que poderia desejar. Relacionar-se, a dois, dá trabalho e requer uma atenção especial. Mas dividir a sua vida com alguém é também transformá-la para melhor, se você assim o souber fazer. A sinceridade solidifica um sentimento de tal maneira que os obstáculos, por maiores que pareçam ou sejam, são os detalhes da foto principal. Onde o que se vê é o desejo de viver, e sentir-se completo na presença daquele outro. 

Com a modernidade, as pessoas parecem ter esquecido, ou desaprendido, como é importante amar e querer ser amado. Já não falam mais sobre seus sentimentos, e nem sequer se dão ao trabalho de declarar-se. Não com palavras somente. Com um gesto, um olhar, ou um toque que seja. Desdenham do amor, e o acham piegas.

Pois elas é que não sabem como é mais fácil viver quando se tem amor. Eu falo mesmo, sou completamente apaixonada pelos meus pais. Pelo meu irmão. Pelos meus avós. E pela pessoa que me transforma todos os dias, que me faz querer ser alguém melhor, e cujo desejo - já deixou mais que claro - é me fazer feliz. Amo você Pê. A vida já estava nos eixos com as melhores pessoas ao meu redor, quando você chegou significou-os com uma magia nunca imaginada por mim.

Uma saudade sem fim

LÊ:

RECIFE TE ESPERA........

Recife te espera de braços abertos quando o verão oficial acontecer de verdade. Suas pontes Limoeiro, Duarte Coelho, Maurício de Nassau, Princesa Izabel, Buarque de Macedo, Capunga e ponte 6 de março, a famosa ponte velha, também te esperam.Impacientes estão os shoppings Recife, Tacaruna, Plaza Casa Forte, Guararapes, Boa Vista e o sofisticado Paço Alfândega para recebê-la com seu charme brasiliense. As praias de Boa viagem e Pieade, pedaços onde tua presença será sentida, te aguardam ansiosamente. Recomendam que não se preocupe com a presença de tubarões, pois os acontecimentos fortúitos que têm ocorrido, devem-se mais a falta de cuidados e atenções dos banhistas afoitos que adentram as profundezas do mar morno do nosso nordeste.

Vem, vem para as belezas naturais do estado que serviu de berço natal para tua mãe. Vem conhecer o Instituto Ricardo Brennand com o seu castelo medieval guardando no seu interior uma das mais ricas coleções de armas do mundo.

Vem comer tapioca com côco preparada por tua vó Socorro, vem pra dar um pulo até Olinda e lá da Sé avistar o Recife do outro lado, naquele mesmo local onde o donatário Duarte Coelho, primeiro colonizador português de Pernambuco disse:
"O linda situação para se edificar uma cidade".

Vem, estamos te esperando de braços abertos como sepre fizemos todos os finais de ano.

RECIFE TE ESPERA.UM BEIJO DO VÔ ZEZINHO
(Em 02, de outubro, de 2004)

E eu espero Recife...

domingo, 8 de agosto de 2010

Escrever para abstrair

Parece óbvio que toda história tem três lados, a do lado direito, a do lado esquerdo, e no centro: a verdade. O que acontece de fato é que a verdade varia tanto de mente pra mente que acaba se tornando meio abstrata. E aí você se questiona sobre qual é mesmo a escolha que deve fazer. Porque uma coisa é você defender a sua verdade, e assim não negar a si mesmo. Mas existem outras verdades que contradizem esta mesma que você acredita ser verdade. Na hora de escolher só uma verdade deve sobressair-se: aquela que é intimamente sua, e não aquela partilhada por terceiros. Ao final do dia sempre chega aquele momento em que tomamos partido e os terceiros vos surpreenderão. É, portanto, sensato e lógico defender os seus próprios princípios. Princípios estes, obviamente, que não serão partilhados por todos. É na maneira como essa resistência se apresenta que devemos tomar cuidado, o respeito não pode faltar. Respeitar as diferenças não é tão simples como diz a frase de três mínimas palavrinhas. Afinal, o ético e moral variam tanto de pessoa para pessoa, como a verdade de mente para mente. Nessa trama toda, uma coisa permanece imutável: a postura que tomamos ao fazer uma escolha. Pois é a partir dela que as consequências surgem e dificilmente voltam no tempo. A palavra ou o ato proferido não voltam atrás, e dependendo do lado da história resta uma escolha: pedir perdão ou saber perdoar. 
É muito difícil defender uma causa, da mesma forma que parece-me impossível impô-la a alguém. Eu fico em cima do muro, me decidi, ja não me importo se a banda cair. Sento pra ver a banda passar, se alguém cair ajudo a levantar. A plateia ao meu lado vou sustentar, seus olhos atentos permitem me achar. E me achando é que eu vejo quão bobo foi meu cortejo, e minha ingenuidade ao achar que no fundo a verdade prevaleceria o verbo amar. Mas já não se fazem amores como antes, e procuro, sem fim, uma saída adiante. Logo ali no horizonte vou achar tudo que quero, que da banda eu nada espero. Nem mesmo um pingo de esmero. E levo isso a lero-lero.