segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Saudade, de novo

Não sei quem disse que saudade é um sentimento que quando não cabe no peito, escorre pelos olhos. Eu não canso de falar de saudade... É um sentimento que me encanta, me fascina.

Saudade pra mim vem acompanhada de eternidade.E com todo respeito Aurélio... Eterno é palavra grande e bela demais pra ter como definição "aquilo que não tem princípio nem fim". Eterno? Aquilo que não sai da memória, tá no gene da sua história e pra esquecer não tem solução... Foi gravado bem fundo no seu coração. E vira saudade eterna.

Saudade pra mim vem acompanhada de alegrias e tristezas. É difícil alguém ter saudade de coisas ruins, mas saudade de sorriso pode virar lágrima.

Para algumas pessoas saudade não tem solução. Pra outras, uma mágoa sem fim. Pra mim saudade é um dom, só quem é bom pode sentir.

Saudade tem tanta definição...
É um nó no peito, que custa a desatar. Um soluço sem jeito, que demora pra acabar. Um grito surdo que a dor sufoca. Um apito agudo que na cabeça pipoca. Mas é uma lembrança, semblante de esperança prum reecontro. É querer sem poder, mas crer para sobreviver.

Saudade é tão lindo que, na minha opinião, não poderia deixar as pessoas amargas, porque na sua essência ela é doce.

Se você tem saudade demais, e não te encanta nem mais a melodia dos pássaros, tenta ouvir a melodia da vida. Se um dia ela chora, e no outro sorri, quem sabe o que está por vir?

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Costurando

Hoje fui buscar umas roupas que mamãe mandou arrumar. Quando cheguei, a costureira não estava: tinha saído para fazer umas compras. Com isso, inferi que ao entrar no apartamento veria um tipo de casa misturada com loja. Enquanto esperava, observei o edifício. Era muito simples e tive dificuldade de saber se era residencial ou comercial, mas antes que eu chegasse a alguma conclusão, vi a costureira subindo as escadas.

Não me surpreendi quando abriu a porta para mim. O apartamento – com algumas prateleiras cheias de sacolas com roupas e linhas de todas as cores possíveis e imagináveis – era tão simples quanto o prédio e a moça. Ela pegou a sacola que tinha o nome de mamãe e tirou, uma por uma, as roupas. Ia conversando consigo, olhando as roupas para lembrar qual serviço fora feito em cada uma delas e anotando em um pedaço de papel os preços. No fim, somou e me deu a conta.

Quando ia embora, perguntei – por quê a senhora não usa um programa de computador para cadastrar seus serviços? Ela sorriu timidamente e respondeu – porque cada minuto que eu estiver no computador, as máquinas de costuras estarão paradas; e eu preciso desse minuto.

Se o mundo não fosse movido a dinheiro, o que cada minuto ia valer? Cada minuto deveria valer um sorriso, não uma lágrima. Um amor, não um ódio. Uma companhia, não uma solidão. Um abraço, um aperto de mão, um colo. Uma boa ação.

Cada minuto deveria valer viver as coisas boas da vida. Ainda tem gente que esquece disso.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Três anos e meio.

Já publiquei antes. Mas adoro esse texto.



Sabe, sei que somos muito diferentes, por isso eu me pergunto como o universo conseguiu juntar nós dois... Refletindo, descobri.
Não sou nenhum pouco paciente e você é até demais. Mas não tem problema, às vezes você me empresta um pouco dela e eu te empresto a minha pressa.
Você é viciado em videogames e eu em livros. Tudo bem, porque enquanto você joga, eu leio e assim cada um tem seu tempo.
Você adora matemática, eu nem tanto. Eu gosto de português, você nem tanto. Assim fica ótimo, porque na padaria você corrige as minhas contas muito tortas rindo delas e eu te perturbo com seus erros "pedrolês".
Você é bem tímido e eu, quase sempre, meio extrovertidamente doida né? Isso é bom porque com você eu aprendi que ser reservado é importante, e você aprendeu que ser doido às vezes não é tão ruim assim.
Eu falo muito e você não tanto quanto eu. É legal porque eu falo muitas besteiras e você ri de todas elas. Você aprendeu que às vezes é necessário falar e eu aprendi que é necessário ouvir, nem que seja um silêncio de pensamentos.
Você não gosta tanto de sair freneticamente como eu, é verdade. Não tem problema porque tanto o corpo, como a mente, precisam desse equilíbrio: ora de agito, ora de descanso.
É claro que nem sempre as diferenças promovem encontros, e sim desencontros. Mas quando eu te procuro, me acho. Quando me acho, te vejo. Não importa se às vezes o caminho entorta, descobri que o universo juntou nós dois porque somos o encaixe perfeito-imperfeito um pro outro. Juntos vencemos o invencível.