terça-feira, 29 de julho de 2008

De novo?

Já conheço essas feridas
Sempre vêm me atormentar
Eu detesto despedidas
Não me peça pra te amar

A mente deosbedece
(ou finge que esquece)
O que diz a velha prece
Que seguro permanece
Aquele que não cede

Mas tentações irrecusáveis
São corações vulneráveis

04/11/07

sábado, 26 de julho de 2008

Sombras

Ei, você! Você mesmo! Volte aqui. Você tem permissão de andar por aqui? Essa área é restrita, sabia? Garoto teimoso, não, não entre nessa sala! Ai! Não, essas gavetas não. Diabos, porquê ele não me escuta?? Por acaso sou invisível?? Ei, isso... ar-de! Fe-che essa mal-dita gaveta! OLHE PARA MIM, FECHE ESTA GAVETA! ISSO DÓI! Aonde pensa que vai? Me ajude a levantar!

As pessoas inventam mentiras para conter o barulho que há dentro delas. As mais desesperadas, para acreditar que existe uma dor diferente, em algum lugar. Enquanto as feras rangem em silêncio, as surpresas hão de vir. Perder a fé em uma pessoa é pior do que vê-la morrer. Não que seja tudo selvageria, mas são poucos os que conseguem escutar apenas o ritmo do mar quando querem.

Me conta o seu segredo, quão grande é o seu barulho?

sábado, 12 de julho de 2008

Homenagem ao noivado

(Abre parênteses)

Era comum chegar na casa da vovó aos finais de semana e encontrar Tio André suspirando: “Lelê, to apaixonado Lelê”. Como resposta eu sempre lhe dei um sorrisinho, e costumava complementar dizendo a ele que no dia que aquela frase fosse realmente verdade, ele iria ter muito trabalho para conquistar “a gatinha da vez”. Nunca levei a sério é claro o “to apaixonado”, mas daquela vez tinha alguma coisa diferente. Nas semanas que se passaram eu ouvia repetidamente o mesmo nome: Porquê a Karol isso, porquê a Karol aquilo outro. E qual não foi a minha grande surpresa quando eu te conheci em um jantar de família. Isso mesmo, um janta de família. Talvez o “tô apaixonado” pudesse realmente estar acontecendo, finalmente! A família toda ela conquistou fácil, fácil. Tio André então nem se fala. Só faltava agora ela mesma dar uma chance ao novo que estava por vir. Mas eu enchi tanto o seu saco, que você acabou cedendo né Karol? Rs. Brincadeira, no dia que eu vim aqui conversar com você, apesar da sua dúvida algo bem maior deixava transparecer o seu rosto, o quanto você gostava dele, mesmo sem nem o conhecer tão bem assim.

(Fecha parênteses)

É interessante ver o dia nascer. A escuridão vai aos pouquinhos desaparecendo. Primeiro só vemos um leve vestígio de luz, e você se pergunta se é mesmo o raiar do dia. Mas adiante as evidências ficam mais fortes, e então se sabe que o sol está vindo. No entanto, a escuridão ainda presente deixa um resquício de dúvida. E quando o espetáculo deslumbrante do nascer do sol se completa nos vemos mais uma vez admirados. Exatamente como se apaixonar.
(09/02/08)
Esse texto fala sobre como o amor das pessoas crescem à medida que elas se conhecem. Gostar de uma pessoa pelas qualidades é fácil. Mas amar é reconhecer todos os defeitos, e ainda assim amar com a mesma intensidade de sempre. Ainda bem que você decidiu deixar de lado sua razão pra conhecer um pouquinho melhor meu tio. Seja bem vinda à nossa família, como dizem as crianças, “Tia Karol”. Amar não é fácil, mas é belo.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

O Bar

Segue reto!
Segue reto!
Ia dizendo

Futuro incerto
Futuro incerto
O outro me aborrecendo

Fora! Fora!
Vê se não me amola!

Tenha paciência meu bem
Dois pobres "zé-ninguém"

Basta!
Da canalhice dos dois
Causar-me-ão problemas depois

Bora! Bora!
Fora do bar!
Achem outro lugar
Pra se encachaçar!

É dor de perda
Já sentiu?
Claro que não!
É certeza,
És um imbecil...

Bêbado! Bêbado!
Não sabes o que falas, vá!!!!!!
Antes que lhe arranque a cabeça com a pá!

Hmmm
Mas que ponto fraco toquei,
Devo ignorar o que sei??

Aquela morte não foi culpa minha
Berrou, as veias saindo do pescoço
Era tua aquela desgraça de arminha!
Pobre, chorava tanto, tanto, o moço

Agora eu vou,
Disse o que se embriagou
A dor passou.
Disse o que realmente matou

Leitor não fique revoltado,
Desconhece o mal que faz um embriagado.

E a vítima do acidente
Vou deixar imaginar tua mente
(risos)

24/06/07

domingo, 6 de julho de 2008

Cotovelo

Sempre lembro dela, sabia?
Desde aquele maldito dia

Ela não vai voltar
Levanta essa moral rapá!

Mas como, me diga?
Dói demais essa partida
Minha razão mais parece um jumento
Obedecendo a esse maestrio sentimento

Tem remédio, quer?

Outra mulher?
Nem que não tivesse um defeitozinho sequer!
...

Fico me perguntando
Se de vez em quando
Ela também se pega relembrando
Os velhos tempos

Pare de ficar choramingando
O vento está arrastando
Tudo o que tu não queres ver voltando!

Ah meu bom parceiro
Essa dor de amor
Jamais se vai assim ligeiro

10/09/07

Jamais se vai assim ligeiro.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

A consciência e o sentimento

Sim eu sei
Pare de me repetir
O que já estou cansada de saber

"Eu falei, eu avisei"
E daí que eu vou cair?
Problema seu se vai doer?

Verdade não neguei
Nem por um segundo me arrependi
De riscos se faz o meu viver

- Riscos que já conheço o caminho, não quero
Falou?

É?
Quem foi que te perguntou?

05/01/08

"Ah! Solidão
Muralhas que a distância ergueu
São pontes que a esperança constrói
Nos raios da manhã
Quanta ilusão
Saudade tem limite, eu pensei
E quando creio que ela acabou
Me leva mais além"
Raios da manhã - Jorge Vercillo

terça-feira, 1 de julho de 2008

O canto da roda

Eu digo
Que te disse
Mas você não me escutou

Se eu ligo?
Tu que ligues!
Pois você n'acreditou

"Logo sigo,
Esquisitice
Só porque ela cantou"

A cigana meu amigo,
Muito triste,
Te avisou!

E o figo,
"Tal fetiche",
Pelo menos te salvou!

Não me olhe estarrecido
Tinha até me esquecido
Que pra não voltar, eu vou.

22/04/07

Que pra não voltar, eu vou.