terça-feira, 31 de maio de 2016

Sinceramente?




Nem Deus, ou se você prefere – o Universo, tirou de nós o livre arbítrio, quem, eu me pergunto, quem é você pra se achar dono do meu?

Eu vejo que o grande problema das pessoas é que elas estão sempre preocupadas com um buraco redondo que existe no meio da barriga: seus umbigos.

E é assim que surgem, às vezes sutilmente ou às vezes nem tanto, várias formas de preconceito. 

Eu detesto rosa. Odeio brincar de bonecas e não fazia questão nenhuma de agradecer se eu ganhasse uma. Também não sou muito fã de maquiagem: o último rímel que eu comprei faz um ano e está lacrado. "Mas você é menininha...".

Sou surda. No colégio todo mundo me chamava de lerda porque eu simplesmente não consigo acompanhar uma conversa onde trinta, ou só seis, pessoas falam ao mesmo tempo. Dois professores, um de dança e um de teatro, me humilharam porque ao me chamarem, não respondi – eu estava com meu aparelho desligado e não ouvi. Então eles simplesmente pensaram: que menina mal educada. Escolhi aprender Libras e muitas pessoas com quem eu convivo zombam da língua sem pensar que isto ofende. 

Estes são os preconceitos que eu já sofri... Mas existem tantos outros, muitos deles tão velados e por isso são mascaradamente inócuos. E não vamos falar de mais pesado ou mais leve porque para preconceito não existem nuances, ele é o que é: algo que ninguém deveria tolerar.

É tão simples... Mas cada vez mais raro encontrar aqueles que tenham capacidade de se colocar no lugar do outro – por menos preconceitos e umbigos, por mais tolerância e respeito.

terça-feira, 10 de maio de 2016

Águas misteriosas




Um guerreiro quando sozinho
Vence batalhas do seu caminho
Mas quando numa guerra
Sem apoio cai por terra

Contra o cansaço
Só vence a compreensão

Contra a falta de tempo
Só vence a flexibilização 

Contra a força de vontade
Só vence a falta de mérito

E o ensino só é vitorioso
Onde não chega o orgulho, a soberba, e a intolerância