domingo, 28 de dezembro de 2008

Um sorriso de conversa

- e você?

eu? só, desde sempre.
as pessoas desse mundo me querem não.

- isso não é coisa que se diga...

rs.
me querem, mas não como as quero, dificilmente.
uma vez ...
era madrguada, quase manhã raiada quando ouvi uma voz dizendo no telefone:

- quer mesmo saber porque todo mundo termina com você?

quero, respondi.

- porque você é muito perfeita. tem tando amor pra dar, que as pessoas se assustam.

não respondi.
não porque achasse que fosse certo.
não porque fosse o que eu queria ouvir, mas também não porque fosse o que eu não gostaria de ouvir.
mas porque ... não fez sentido. não pra mim.
é essa minha história só.

- eu gosto de você assim = )

agradecida ...

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Traduzindo olhares

Vago por todos os lugares que você imaginar, e nunca estou ausente. Aconteço as vezes intensamente, mas também sei me esconder onde só os sensíveis podem me achar. Tem uns que me mostram facilmente e outros parecem não me querer, porém sou inevitável. Posso estar em todo lugar: nos olhos, no toque, nas palavras ou no ar. Alguns poucos, com muito custo, até conseguem me enjaular, mas pra grande maioria sou paticurlamente indomável. Um mínimo deslize e lá estou diante de você novamente. E tente me subestimar... Sou mais forte do que pensas. Sou lembrança, sou carinho, e sou todos os seus medos e desejos. Ora sou certeiro, ora sou indecifrável. Minha transparência pode agradar ou não. Posso até te induzir à ilusão. Sabem quem sou?

Sou seu sentimento ...

sábado, 4 de outubro de 2008

Uma confissão de momento

Não sei bem o que lhe dizer esta noite. Quando escolhemos e podamos demais nossas palavras e isso for sinal de confusão, o momento não é certo para usá-las. Mas, você há de concordar comigo que às vezes as pessoas sentem, e sabem o que sentem, só que preferem acreditar que estão confusas. Ou por terem medo de magoar o outro, ou a si mesmo. Sinceridade no jogo do amor não era pra ser motivo de incertezas, e sim soluções. Ter medo de se entregar, e deixar as borboletas da sua barriga falarem mais alto é normal. Privar-se de sinceridade, não. Se minhas palavras soam confusas, perdoa-me. Quero dizer muita coisa e ao mesmo tempo não dizer nada, não é assim que funciona? "Hoje eu mandei mensagem, então amanhã não vou ligar, e daqui a dois dias eu mando outra mensagem ... Se ele ligar, deixo toca um pouco o telefone ..." Não entra na minha cabeça as regras desse jogo, quando na realidade elas não deveriam existir. Amor não se faz, acontece.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Um não que é um sim

Não quero te querer
Pra não me aborrecer
Nem pense em me fazer
Aos seus charmes ceder
Não quero me envolver
Nem em seus braços me aquecer
Também não quero te ter ...

Quanta ilusão tecer
Mentiras pra tentar esquecer
Verdades que fazem meu peito arder.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Uma lenda que deixou de ser lenda

Pare um pouquinho. Agora leia e pense comigo.
Certos acontecimentos são tão puramente cravados em seu coração que o sorriso é reflexo direto dessas memórias. De tal jeito engrandecem a alma que são capazes de nos fazer relembrar e sentir o momento em que se deu tal fato.
Estávamos saindo do cinema quando percebi, contrariadíssima, que meu cadarço estava desamarrado. Que saco, já era a décima milionésima vez que teria que amarrar aquele bregueço. Pensei em um brevíssimo instante de tempo em pedir pra ele amarrar. Logo caí em mim - lógico que não, que abuso né senhorita, por favor. Apesar de contrariada e preguiçosa comecei a me abaixar. E na mesma hora parei. Lá estava ele amarrando, sem pestanejar ou ao menos ter visto algum sinal de pedido meu. Leu meus pensamentos sem que eu percebesse. E quando se levantou encontrou em mim o sorriso mais bobo do mundo. Encontre um homem que amarre seus cadarços e me diga se aqueles laços causaram embaraços dentro da sua barriga. Posso senti-los até hoje. E houve quem dissesse estar feliz por eu ter provado do romantismo de um homem.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Nascer do sol e o fusca preto

Meus olhos cansados e tomados pelo sono de repente se reintegraram ao sentir um vislumbre da magia do nascer do sol. E eu que minutos antes pensei que nada me faria despertar dentro daquele minúsculo fusca e seu balanço contínuo, que mais parecia um sonífero, mais uma vez fui pega de surpresa com a mania que a vida tem de nos surpreender a todo instante. Como era magnífica aquela visão. Às cinco da manhã os tons alaranjados-rosas cobriam as nuvens fazendo delas uma verdadeira obra de arte. E os olhos antes quase adormecidos, e decididos a dormir, se fixaram ali um instante. Um longo e vago instante, como crianças com ar de perplexidade diante da descoberta de algo curioso. Não pensei em nada, não queria pensar em nada. Mas sabe, cheguei à conclusão que seu coração quase nunca te obedece. Bastou eu inspirar o ar gélido daquela manhã e com os ventos me alisando os cabelos senti uma pontada de dor. Aquela temível dor que vinha tentando evitar desde que pisei no avião e em todo o trajeto de volta pra casa. Não uma dor física, é aquela dor de ter perdido alguém amado. O nascer do sol trazia consigo a frase que ardia em meu peito dolorido: como eu sinto, e sentirei eternamente a tua falta.

Agosto/06

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Lágrimas

Esses dias eu estava trabalhando, lá na recepção da loja, quando me chega essa bonita senhora, de olhos claros, cabelhos já grisalhos, bem rechonchuda. No rosto, um sorriso comum, sorriso aparentemente alegre. Sim, porque existem os sorrisos disfarçados de tristeza se tu não sabes. Lá se foi uma hora de festa, e eu ocupada com minhas coisas não a percebi passando novamente pela recepação, agora para fora da festa. Como de costume, saí da recepção para procurar as estrelas e a lua, minhas companheiras nas noites solitárias e monótonas da recepção. E lá estava ela, de costas, fumando. E ela olhava pra cima. O que não é comum. Eu sou a doida que fica olhando pra cima brincando de achar estrelas, as pessoas estão sempre ocupadas demais para isso ... Quando ela me vira com o rosto debrulhando em lágrimas. Levei um susto. Fiz uma estrela de origami pra ela, e disse que lágrimas são lindas. São vestígios de que uma pessoa é realmente humana. A curiosidade até agora me segue ... No dia seguinte, andando pela rua, passou por mim uma jovem moça, cabelos curtos negros e presos... Também com o rosto debrulhando em lágrimas. A esta nada pude dizer. E fiquei me perguntando porque as lágrimas estariam me aparecendo. As vezes a vida tenta nos dizer coisas tão sutilmente, e o cotidiano nos torna cego. Eu continuo sem saber o porque das lágrimas ... Mas parar pra refletir sobre isso já é uma grande avanço.
E você já refletiu hoje?

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Departamento de Antropologia

Até hoje eu não sei o porquê aconteceu. Teve um dia que eu quis muito entender, no outro até gostaria de saber e hoje já nem ligo. Faz tempo tanto que não sinto tua pele, ou nem ao menos ouço tua voz. É verdade, não nego, passaram as horas mas não muda meu amor, é como se fosse ontem. Hoje só não sei quem você é em mim, e então é confusão? Também não sei se a sua deslembrança é saudade ou alívio. A interrogação que tu me deixaste no testamento foi o que ficou. Se um dia minha visão embaraçada estalar, talvez a minha interpretação das tuas palavras mude. Não sai de mim nem hoje nem nunca essa dúvida danada. Mas juro, já nem ligo.

12/08/07

Um ano passou, a visão estalou, e tudo mudou.
A diferença agora é que é uma dúvida danad íssima.
Continuo andando de bobeira, dançando sonhadoramente, afundando em sorrisos...
Juro que já nem ligo, afinal, ver um filme de novo já não te traz os mesmos sentimentos que outroras tiveras. Porém, saber o final não me impede de querer, extravasar querer, vê-lo novamente.
Mas juro, já nem ligo.

domingo, 3 de agosto de 2008

Conjuntos do tempo

Tô com raiva. Morrendo de raiva. Não das horas que teimam em ser consecutivas, mas dos segundos que teimam em não serem passado. E dos conjuntos de minutos que teimam em transformar sua cabeça em incertezas. Sim porque se você não sabe, quanto mais você pensa, mais você percebe que na verdade não sabe nada que quer. Não por causa do total de conjunto de minutos que você pensou, mas sim por causa da importância vivida nas horas consecutivas e da saudade sentida dos segundos passados. Cada milésimo que passa ata minhas mãos (os segundos a libertariam por serem muito extensos), e vejo minha ausência afastar-me de você. A pior distância que um homem pode conhecer é aquela que afasta dois corações de forma que mesmo que estejam próximos, não se reconhecerão. Quando na verdade eles só sabiam reconhecer as horas, os segundos, os conjuntos de minutos, e os milésimos, juntos. Vai me dizer você, que não sabia que amar é entregar-se ao tempo?
Entendeu alguma coisa?
Tô com raiva.

03/08/08

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Você não sabe o que se passa aqui por dentro

Já viu qaundo a gente escreve muito forte em um papel, e o papel debaixo fica todo marcado? Tem feridas que são assim, basta um leve toque dos dedos para sentir sua existência. Tem amores que são assim, basta o leve toque na alma para perceber sua presença. Tem momentos que são assim, crava tão fundo o peito que o coração não esquece, e por isso têm vontade própria. Aparecem como filme na sua frente a hora que bem entendem, e não minto: não há senha que os bloqueie. Dizem por aí que tem um solução na fórmula chamada tempo, mas ela é falha. Porque amar não é sinônimo de esquecer, e sim relembrar. Sabe a ferida ali da segunda linha? Essa o tempo leva, assim como o papel se desfaz. Mas a lembrança, meu caro, essa vive toda vez que algum elemento que cravou teu peito o suficiente vem te visitar. Às vezes incomoda lembrar tanto, mas acredite - antes sorrir ou chorar por lembrar do que não ter nada para sentir.

01/08/08

terça-feira, 29 de julho de 2008

De novo?

Já conheço essas feridas
Sempre vêm me atormentar
Eu detesto despedidas
Não me peça pra te amar

A mente deosbedece
(ou finge que esquece)
O que diz a velha prece
Que seguro permanece
Aquele que não cede

Mas tentações irrecusáveis
São corações vulneráveis

04/11/07

sábado, 26 de julho de 2008

Sombras

Ei, você! Você mesmo! Volte aqui. Você tem permissão de andar por aqui? Essa área é restrita, sabia? Garoto teimoso, não, não entre nessa sala! Ai! Não, essas gavetas não. Diabos, porquê ele não me escuta?? Por acaso sou invisível?? Ei, isso... ar-de! Fe-che essa mal-dita gaveta! OLHE PARA MIM, FECHE ESTA GAVETA! ISSO DÓI! Aonde pensa que vai? Me ajude a levantar!

As pessoas inventam mentiras para conter o barulho que há dentro delas. As mais desesperadas, para acreditar que existe uma dor diferente, em algum lugar. Enquanto as feras rangem em silêncio, as surpresas hão de vir. Perder a fé em uma pessoa é pior do que vê-la morrer. Não que seja tudo selvageria, mas são poucos os que conseguem escutar apenas o ritmo do mar quando querem.

Me conta o seu segredo, quão grande é o seu barulho?

sábado, 12 de julho de 2008

Homenagem ao noivado

(Abre parênteses)

Era comum chegar na casa da vovó aos finais de semana e encontrar Tio André suspirando: “Lelê, to apaixonado Lelê”. Como resposta eu sempre lhe dei um sorrisinho, e costumava complementar dizendo a ele que no dia que aquela frase fosse realmente verdade, ele iria ter muito trabalho para conquistar “a gatinha da vez”. Nunca levei a sério é claro o “to apaixonado”, mas daquela vez tinha alguma coisa diferente. Nas semanas que se passaram eu ouvia repetidamente o mesmo nome: Porquê a Karol isso, porquê a Karol aquilo outro. E qual não foi a minha grande surpresa quando eu te conheci em um jantar de família. Isso mesmo, um janta de família. Talvez o “tô apaixonado” pudesse realmente estar acontecendo, finalmente! A família toda ela conquistou fácil, fácil. Tio André então nem se fala. Só faltava agora ela mesma dar uma chance ao novo que estava por vir. Mas eu enchi tanto o seu saco, que você acabou cedendo né Karol? Rs. Brincadeira, no dia que eu vim aqui conversar com você, apesar da sua dúvida algo bem maior deixava transparecer o seu rosto, o quanto você gostava dele, mesmo sem nem o conhecer tão bem assim.

(Fecha parênteses)

É interessante ver o dia nascer. A escuridão vai aos pouquinhos desaparecendo. Primeiro só vemos um leve vestígio de luz, e você se pergunta se é mesmo o raiar do dia. Mas adiante as evidências ficam mais fortes, e então se sabe que o sol está vindo. No entanto, a escuridão ainda presente deixa um resquício de dúvida. E quando o espetáculo deslumbrante do nascer do sol se completa nos vemos mais uma vez admirados. Exatamente como se apaixonar.
(09/02/08)
Esse texto fala sobre como o amor das pessoas crescem à medida que elas se conhecem. Gostar de uma pessoa pelas qualidades é fácil. Mas amar é reconhecer todos os defeitos, e ainda assim amar com a mesma intensidade de sempre. Ainda bem que você decidiu deixar de lado sua razão pra conhecer um pouquinho melhor meu tio. Seja bem vinda à nossa família, como dizem as crianças, “Tia Karol”. Amar não é fácil, mas é belo.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

O Bar

Segue reto!
Segue reto!
Ia dizendo

Futuro incerto
Futuro incerto
O outro me aborrecendo

Fora! Fora!
Vê se não me amola!

Tenha paciência meu bem
Dois pobres "zé-ninguém"

Basta!
Da canalhice dos dois
Causar-me-ão problemas depois

Bora! Bora!
Fora do bar!
Achem outro lugar
Pra se encachaçar!

É dor de perda
Já sentiu?
Claro que não!
É certeza,
És um imbecil...

Bêbado! Bêbado!
Não sabes o que falas, vá!!!!!!
Antes que lhe arranque a cabeça com a pá!

Hmmm
Mas que ponto fraco toquei,
Devo ignorar o que sei??

Aquela morte não foi culpa minha
Berrou, as veias saindo do pescoço
Era tua aquela desgraça de arminha!
Pobre, chorava tanto, tanto, o moço

Agora eu vou,
Disse o que se embriagou
A dor passou.
Disse o que realmente matou

Leitor não fique revoltado,
Desconhece o mal que faz um embriagado.

E a vítima do acidente
Vou deixar imaginar tua mente
(risos)

24/06/07

domingo, 6 de julho de 2008

Cotovelo

Sempre lembro dela, sabia?
Desde aquele maldito dia

Ela não vai voltar
Levanta essa moral rapá!

Mas como, me diga?
Dói demais essa partida
Minha razão mais parece um jumento
Obedecendo a esse maestrio sentimento

Tem remédio, quer?

Outra mulher?
Nem que não tivesse um defeitozinho sequer!
...

Fico me perguntando
Se de vez em quando
Ela também se pega relembrando
Os velhos tempos

Pare de ficar choramingando
O vento está arrastando
Tudo o que tu não queres ver voltando!

Ah meu bom parceiro
Essa dor de amor
Jamais se vai assim ligeiro

10/09/07

Jamais se vai assim ligeiro.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

A consciência e o sentimento

Sim eu sei
Pare de me repetir
O que já estou cansada de saber

"Eu falei, eu avisei"
E daí que eu vou cair?
Problema seu se vai doer?

Verdade não neguei
Nem por um segundo me arrependi
De riscos se faz o meu viver

- Riscos que já conheço o caminho, não quero
Falou?

É?
Quem foi que te perguntou?

05/01/08

"Ah! Solidão
Muralhas que a distância ergueu
São pontes que a esperança constrói
Nos raios da manhã
Quanta ilusão
Saudade tem limite, eu pensei
E quando creio que ela acabou
Me leva mais além"
Raios da manhã - Jorge Vercillo

terça-feira, 1 de julho de 2008

O canto da roda

Eu digo
Que te disse
Mas você não me escutou

Se eu ligo?
Tu que ligues!
Pois você n'acreditou

"Logo sigo,
Esquisitice
Só porque ela cantou"

A cigana meu amigo,
Muito triste,
Te avisou!

E o figo,
"Tal fetiche",
Pelo menos te salvou!

Não me olhe estarrecido
Tinha até me esquecido
Que pra não voltar, eu vou.

22/04/07

Que pra não voltar, eu vou.

sábado, 28 de junho de 2008

Não saber

Nunca sei o que sinto, logo nunca sei o que quero. Mas como sempre me dizem nunca diga nunca, prefiro dizer que o que sei se confunde com o que sinto, e também com o que quero. Como não entendo nada, continuo sem saber o que sinto e o que quero. Mas ah! É tudo confusão mesmo, então eu simplesmente sinto.

25/06/05

Tem três anos que eu escrevi esse texto,
mas hoje é como se eu tivesse escrito antes de ontem.

Nada como você

A começo de história,
Tu não sais da minha memória

Fico a trançar mil fantasias
Pensando o quão bem me faz tua companhia
E tentado te explicar o tamanho da minha alegria

Será que algum dia vais entender
O gigantismo do meu querer?

Ou vais sentir fortemente
Meu desejo tão ardente?

É como se tudo antes tivesse perdido
E agora fizesse sentido

Amar e em troca ser amado
Mas que sabor esse, a ser deliciado

Uma mistura de prazer e saudade
Chama que arde, ascende, e dura a infinidade
Amor.

Já busquei até no firmamento
Algo que seja semelhante ao teu olhar atento

Mas preciosidade como essa não há
Eis que essa é uma das tuas formas de me estudar

E a chuva que cai fininho agora
Como também a beleza da aurora,
O ralhar das ondas quando o tempo já perdeu a hora
Me inspira, meu sentimento aflora

De que me adiantam as palavras, palavras aos montes?
Se tudo o que a gente vive, vai além do que se olha ao horizonte?

Certa vez, ainda criança, me perguntei se um dia conheceria grandiosidade tal qual o mar.
E olha só como a vida gosta de brincar.
Aprendi a te amar.

02/01/07
É uma música minha antiga essa.
Guarde sempre suas palavras, elas são preciosíssimas.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Vivo ou morto?

A dor de perder alguém é relativa. Acho que pior que você sentir a dor de perder alguém que se foi, é você ter alguém morto dentro de si. De uma pessoa que nunca mais veremos, temos lembranças que trazem saudade. Ou seja, carinho. Dói, arde muito claro. Passa um tempo, porém, trabalhamos essa idéia e a dor se tranforma. Ela não deixa de existir, enxergamos além dela. O valor de ter tido uma pessoa assim em nossas vidas, do amor que tivemos por ela, dos momentos que ela nos proporcionou. Vemos que importante é deixarmos tudo isso vivo em nós, porque tamanha dor não combina com essa nobre passagem em nossas vidas. A dor nos impede de enxergar, e ver além dela significa estar mais próximo de alguém que parece tão distante. Contudo, se ela vive e morreu em seu peito, a dor intensa não passa. Deixar alguém morrer é dizer que não encontrou-se outra solução. E isso sim, é triste. Antes termos alguém vivo dentro de nós exalando carinho, apesar deste não viver lá fora, do que termos alguém morto exalando mágoas que nos faz sangrar toda vez que vive. Ainda bem que a vida às vezes tem mania de ensinar a darmos valor depois de perder, assim passamos a enxergar que nos casos que isso tem solução, ela é pra ser aproveitada.

domingo, 22 de junho de 2008

Paloma

Hoje pela primeira vez na minha vida, quase atingindo a maioridade, presenciei um velório. Quando cheguei, havia poucas pessoas, e até então não tinha achado nada demais naquilo. Paloma era uma menina de 15 anos apenas, que necessitava de cuidados especiais. Nasceu com um tumor na coluna, sua expectativa de vida não era mais longa do que a que teve. Sua mãe sabia dos riscos da gravidez, ex-fumante, já no auge de seus 40 anos. No entanto, abriu mão do emprego, muito bem remunerado, e passou a dedicar a vida à sua filha. Essa era a história que eu sabia. Pensei não ser tão difícil quanto imaginava ir a um velório afinal. A mãe tinha em uma das mãos um terço, e no outro braço o casaco da filha que constantemente alisava e enxugava-lhe as lágrimas. Começou a missa, mas logo ela chegou ao fim. Ouvi minha Vó dizer "É agora...". Não entendi, mas também não perguntei, esperei para ver. Eu a vi levantar, gemia tanto que até eu pude sentir aquela dor. Iriam fechar o caixão. Juntou suas forças dando um último adeus a sua tão querida Paloma:
- Filha. Filha muito obrigada pelos quinze anos que você esteve em minha vida. Muito obrigada pelo seu amor, pela sua luz minha filha. Eu só tenho a agradecer a Deus pela pessoa maravilhosa que você é. Que nossa senhora te guie minha filhinha.
Ela soluçava:
- Vai minha filha, você tem que deixar mamãe não é? - estavam tentando fechar a pequenina urna - Mamãe te ama muito sabia filha?
Beijou-lhe a testa, virou para os presentes e disse:
- Paloma detestava choros. Gostaria de pedir uma salva de palmas para ela.
Esse foi o último som que ecoou no salão.
O de palmas.
Meus problemas parecem míseros diante do dela.
Uma saudade sem fim.

Lembrei que durante a missa abracei meu pai e deitei minha cabeça no ombro dele. A sua respiração embaraçava uma das lentes de meus óculos, mas no instante seguinte, ela voltava ao normal. Assim também passa o tempo, em um piscar de olhos. E ali vi o verdadeiro porquê Renato Russo dizia que é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã.

Maio/2007

Convites


Já recebi diversos tipos de convite. O indiferente, que você nunca sabe no que vai dar. O necessário, que na maioria das vezes você tem que aceitar. O casual, que tá sempre aparecendo no seu celular. Mas com certeza o que mais mexeu comigo foi aquele convite indireto. É o único que faz você ter uma dúvida que formiga sua barriga, sabe? Vale a pena correr o risco.

13/10/07

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Brincadeira de sentir.


A sua dúvida é a certeza que você não quer admitir. O seu ódio é o amor que você quer omitir. A indiferença do seu corpo realça o desejo que seus olhos tentam reprimir. Depois de tantas lágrimas de tristezas parece errado isso te fazer sorrir, por isso persistir vira sinônimo de desistir. Não tem hora certa pra decidir o que está por vir. É uma dúvida eterna esse jogo da vida.
(escrevendo na praia de salvador, dois anos atrás =)

sábado, 14 de junho de 2008

Conta pra mim da tua voz.

Quando ouço dizerem "oh, não tenho mais tempo pra mim" subentende-se que tem tanto barulho lá fora que o som de dentro, por mais alto que esteja, sufoca e some. E fica perigoso, é como um balão exposto ao sol: a qualquer momento estoura. A diferença é que ao invés de tomar um susto, você leva um tombo. Tá bom que às vezes é um saco ficar ouvindo o embate dos seus pensamentos racionais e coraçãonais - deixa a gente confuso e maluco. Pensa pelo lado bom, se você errar, pode ser que ainda dê tempo de acertar. E se não der, outra oportunidade virá. Não se engane, claro que você vai errar de novo. Mas sem desesperos, talvez um dia você aprenda. No final das contas não dá pra saber como é o melhor jeito, o som suprimido ou o embate infinito. De um lado é silêncio, paz confortante superficial, do outro é dúvida constante e mortal. E dentro de tudo isso existe o essencial: tudo perde sentido se o coração não é ouvido.
14/06/08

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Uma carta de dia dos namorados

Hoje é o dia em que todas as pessoas que formam casais, param pelo menos por uns instantes para colocar palavras no papel que encantem nossos olhos. Para a alegria dos solteiros existem pessoas insanas, como eu e você, que decidem se enamorar por vinte e quatro horas. Então, até mesmo os solteiros podem ter a chance de se perder nas fantasias das palavras. Muitos acham que o poder da frase Eu te amo, vai além do que a razão conhece. Além dos limites dos nossos controles. Não nego. Dizer um eu te amo só vale a pena se for verdadeiro, mas só os nobres entendem disso. Até porque, uma vez que aprendes a amar, tu não desaprendes. Passe o tempo que for, venha e vão quantos amores vierem, amar continua sendo um sentir singular que se caracteriza por ser infinito. Relembrar às pessoas o quão importante elas são em sua vida, também tem seu valor. Quem não gosta de saber que é querido? E ao falarmos da importância de alguém, estamos reafirmando nosso carinho. Mas de que adianta eu dizer-te todos os dias, como te amo e o quão importante tu és pra mim?
Tu já sabes, e sabes muito bem.
Não me canso de repetir, para arrancar-lhe sorrisos.
Mas como hoje é um dia especial, cabe-me falar algo que seja diferente.
Hoje eu vou dizer que não vou te esquecer.
Por todas as lembranças que me ofertastes.
Hoje eu preciso te agradecer.
Por todas as coisas que me ensinastes.
Por fazer parte de um pedacinho de mim.
12/06/07

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Reflexão de conforto

Tem certos momentos que palavras podem formar pequenas estrofes, poesias, ou cartas, mas parecem inúteis. Nada abranda a dor de uma perda. Nada ameniza a angústia inquieta que o vazio nos grita. E toda essa dimensão faz confundir nossa vista e escurecer o pensamento, por isso nada faz sentido. E fica piegas dizer que o tempo cura tudo, apesar de ser verdade. O segredo mesmo é chorar bastante pra que as lágrimas dissolvam aos poucos a pedra que fica dentro do peito. Só não podemos nos afogar nelas, tudo na vida tem um limite. A busca pela quietude está na energia que seu pensamento produz. Se você deixar, os mínimos feixo de luz viram dia. E com a força do bem reinando, o que parecia insano tornar-se-á possível.

Pra você Cibs.
11/06/08

A Caminhada

- A floresta não era tão escura como estava hoje, não que eu me lembre.

- Sim pequena, desde que se foram seus avós, o verde perdeu a maciez, as rosas já não brotam como antes e as árvores não parecem mastejosas.

- E saudade é doença Senhorzinho?

- Saudade pode ser tristeza.

- Hmm. E tristeza adoece. Mas então, qual o segredo da fonte alegria?

- Cada um tem o seu pequena. É uma fórmula em constante mutação, por isso, de respostas variáveis infinitas.

- Isso quer dizer que a escuridão da floresta vai crescer, até fazê-la morrer?

- É assim que tem que ser?

- Eu não tenho a fórmula Senhorzinho, meus avós esqueceram de me dar.

- Ou talvez não estejas sabendo procurar.


Ela demorou para achar, mas enfim aprendeu que para fazer o segredo da fonte alegria brotar precisaria amar a floresta como amou seus avós, nos dois sentidos.


07/06/08

terça-feira, 10 de junho de 2008

No Jardim dos meus pensamentos

Nos momentos que somos capazes de ouvir as vozes das nossas reflexões abafadas com os ruídos do cotidiano muita coisa se esclarece. Você percebe que o mundo é difícil e complexo demais com tantos problemas e pessoas, mas que é mais gostoso sorrir pra ele e que talvez somos nós quem o torna tão complicado. Você percebe que a vida é nada menos que uma sala de aula, onde as lições a serem aprendidas são tão extensas que é necessário vivê-las para aprendê-las. Você percebe que as pessoas que te ensinam, cada um do seu jeito, permanecerão para sempre em sua memória porque elas foram cultivadas como rosas, no jardim do seu coração. Você percebe que as suas lembranças têm um valor além do normal, pois elas são vestígios da sua sabedoria, das suas experiências. Você percebe que cair machuca, mas que tudo tem um propósito, e que além de aprender o que já estava em tempo de ser aprendido, ao levar um tombo você vê quem te ajuda a levantar. Você acaba por aceitar que existem coisas inexplicáveis que acontecem apenas para serem usufruídas, vividas. E, por fim, você percebe que tudo se resume em amor. A coisa mais bela que a natureza pode oferecer está dentro de nós mesmos, a proeza do saber amar.
13/09/06