quarta-feira, 20 de junho de 2012

Recife

Desde pequena que tenho paixão, amor e loucura por Recife. Esperava ansiosamente pelas minhas férias porque ela significava vir pra cá. Recife era meu símbolo de diversão: brincar com os amigos debaixo do prédio, fazer piscininhas na praia, beber água de coco, comer tapioca, rever a família, e por aí vai. Não importava quanto tempo ficávamos, uma semana ou um mês, sempre me entristecia a hora de dizer tchau.

O tempo passou e nada mudou. Ainda hoje eu sonho com minhas férias no Recife. Até que um dia eu comecei a perceber como as pessoas questionavam esse amor idolatrado. Algumas pessoas viviam me perguntando - por quê?. Eu dizia que só o cheiro do Recife já entrava na minha alma e me fazia feliz. Dizia que sair do aeroporto e ver o prédio, que guardou lembranças tão felizes da minha infância, enchia meu peito de felicidade. Mesmo assim ninguém nunca entendeu.

Ninguém nunca entendeu porque na verdade eu não sabia dizer a resposta certa. Depois de um tempo que passei a refletir sobre isso, encontrei outras razões igualmente verdadeiras. Recife pra mim sempre foi um refúgio. Era o tempo que eu não precisava me preocupar com nada, nem provas, nem acordar cedo, nem um monte de coisas. Fazer coisas diferentes da nossa rotina sempre tornam as coisas mais leves, agradáveis e consequentemente felizes.

Aqui eu sempre fui muito amada. Não que nos outros lugares eu não seja, mas é que saudade dá um sabor especial para o amor. E onde tem amor, tem alegria. E todo mundo me recebe com um sorriso sem igual.

Quando a gente é criança, não entende muito bem muitas coisas. Mas hoje eu sei que minha paixão louca e alucinada por Recife tem por nome o casal mais famoso da Bíblia. José e Maria. São eles a razão da minha imensa alegria.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Uma certeza

As pessoas vivem me falando que eu vivo em uma bolha cor de rosa que se chama inocência. Sei muito bem que não vi quase nada da vida, mas isso não quer dizer que a vida não tenha me visto quase nada. É fácil julgar. Difícil mesmo é tentar compreender o seu próximo e ouvir o que ele diz independentemente de quem seja.

Eu sei, por exemplo, que tristeza é uma coisa que parece não ter fim e gruda como carrapato. Mas sei também que passa, por mais que isso pareça uma farsa. Sei que ela chega e nos torna vítima como uma presa abocanhada por uma serpente ágil. E que se livrar não é nada fácil. Só que não é impossível, não é mesmo?

Sei que ilusão às vezes é tão doce que fica irresistível não provar. Você prova tantas vezes achando uma delícia ter aquela esperança vã, que nem percebe como ela entra devagarzinho e envenena toda a sua alma. Resistir a tentação de provar a ilusão parece quase tão difícil quanto enfrentar a realidade. Mas todo mundo sabe que não tem outra saída melhor que a verdade.

Eu sei de poucas coisas. As coisas que sei na teoria ainda não consigo colocá-las em prática. Mas eu sei de uma coisa que a vida me ensinou. Nada vale a pena se for às custas da sua tristeza. Um ser humano não consegue viver se não for feliz.

É por isso que me recuso a não acreditar no amor. Digam o que quiserem, mas um ser humano precisa de amor pra viver. Porque amor é o que traz felicidade pro nosso coração. Eu sou feliz quando ganho um cafuné da minha avó, quando posso ensinar o meu avô, sair com minha família, quando vejo o sorriso de um amigo ou quando ganho um beijo. Ser feliz é amar e ser amado.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Dúvidas

Cada passo
Da ladeira
Que eu faço
Da canseira?
Sou de aço?
De madeira?

Me desmancho
Como água
Nesse pranto
Tanta mágoa

Um carinho
uma atenção
Queridinho
Né muito não

Tô carente
De um amor
Paciente
Acolhedor

Tudo eu quero
Nada espero
Minha certeza
Virou franqueza

Ver de verdade
Realidade
Que fantasia
Como o dia

Tem fim.