quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Verão Imortal

Sabe, dificilmente vou achar uma lírica como a tua
E o modo como você compõe
Procurei em casa, no vizinho e na rua
Mas nada me seduz como tuas canções

Posso até querer negar e fingir
Mas meus olhos não me deixam mentir
E nos teus prelúdios
É que encontro meus refúgios

Um toque que não quero
Indecifravelmente não consigo resistir
Tento manter o rosto severo
É inútil tentar não consentir

É extremamente irritante
Que tenhas controle tão aberrante!

Não me agrada tua voz, teu cheiro e nem tua presença
Me agrada ainda menos o vazio da tua ausência

Odeio quando estás por perto
Porque aí se perde o certo
E fica inexplicável
O meu ser tão vulnerável

Nada me deixa tão a flor da pele
Como tudo o que tua geniosidade irônica infere

Mesmo parecendo desastroso
E incansavelmente laborioso
Não deixa de ser especial
E exatamente por isso, imortal

Tanto te odiei
E ainda mais te amei
Hoje, eu já nem sei

Mas que grande ilusão
Achar que a gente vai passar
De um ponto de interrogação

E se alguém me perguntar
Direi só que você, foi você

- maio de 2007.

Um comentário:

Danillo S. Caval disse...

Caramba, esse eu achei muito bom mesmo, achei muito bom essa parte: ´´Não me agrada tua voz, teu cheiro e nem tua presença
Me agrada ainda menos o vazio da tua ausência``

A essencia dele ta muito parecido com o poema que a menina de 10 coisas que eu odeio em você escreveu... muito lindo Lê...