domingo, 8 de agosto de 2010

Escrever para abstrair

Parece óbvio que toda história tem três lados, a do lado direito, a do lado esquerdo, e no centro: a verdade. O que acontece de fato é que a verdade varia tanto de mente pra mente que acaba se tornando meio abstrata. E aí você se questiona sobre qual é mesmo a escolha que deve fazer. Porque uma coisa é você defender a sua verdade, e assim não negar a si mesmo. Mas existem outras verdades que contradizem esta mesma que você acredita ser verdade. Na hora de escolher só uma verdade deve sobressair-se: aquela que é intimamente sua, e não aquela partilhada por terceiros. Ao final do dia sempre chega aquele momento em que tomamos partido e os terceiros vos surpreenderão. É, portanto, sensato e lógico defender os seus próprios princípios. Princípios estes, obviamente, que não serão partilhados por todos. É na maneira como essa resistência se apresenta que devemos tomar cuidado, o respeito não pode faltar. Respeitar as diferenças não é tão simples como diz a frase de três mínimas palavrinhas. Afinal, o ético e moral variam tanto de pessoa para pessoa, como a verdade de mente para mente. Nessa trama toda, uma coisa permanece imutável: a postura que tomamos ao fazer uma escolha. Pois é a partir dela que as consequências surgem e dificilmente voltam no tempo. A palavra ou o ato proferido não voltam atrás, e dependendo do lado da história resta uma escolha: pedir perdão ou saber perdoar. 
É muito difícil defender uma causa, da mesma forma que parece-me impossível impô-la a alguém. Eu fico em cima do muro, me decidi, ja não me importo se a banda cair. Sento pra ver a banda passar, se alguém cair ajudo a levantar. A plateia ao meu lado vou sustentar, seus olhos atentos permitem me achar. E me achando é que eu vejo quão bobo foi meu cortejo, e minha ingenuidade ao achar que no fundo a verdade prevaleceria o verbo amar. Mas já não se fazem amores como antes, e procuro, sem fim, uma saída adiante. Logo ali no horizonte vou achar tudo que quero, que da banda eu nada espero. Nem mesmo um pingo de esmero. E levo isso a lero-lero.       

Um comentário:

Unknown disse...

Começou prosa e da metade pro final virou poesia!
Gosto muito de você. E amanhãa é seu aniversário. :)

BEIJOOOOOOO