quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Figura sem sombra. Figura opaca.

Quero fazer uma confissão. Melhor, uma reflexão. Amar é complicado? Ou somos nós desmiolados? Estou preocupado com esse quadro. Da platéia posso vê-lo, mas meu Deus que desmantelo! Se eu pudesse repintava, mas não posso fazer nada. O tempo muda, o tempo ajusta, e as coisas ficam curtas. Quando tento alcançá-lo, perco a voz, e com aquele abalo me calo. Pra mim é tão claro o que se passa, mas as pessoas perdem o faro e preferem a farsa! Alguém mande uma luz e lhos façam enxergar, que não é nenhuma cruz, é tão simples dialogar! Mas não tão simples é ceder, não é mesmo? O orgulho calar, e se sujeitar ficar a esmo? Amor próprio ou amor ao próximo, que te faz feliz? É a vida quem diz. Que mal esse mistério que as pessoas levam a sério e deixam virar tormento o mais bonito dos sacramentos. Eu não sei mais o que dizer, perdi a vontade de argumentar. Quero mais é esquecer a calamidade que isto vai causar. Na vida tomamos muitas decisões arrependidas, só que o tempo não volta atrás. Tudo tem sua certa medida, e o que foi pode não ser mais. É tão sofrido ver o quadro, e com os pés amarrados não estar ao seu lado. É doído saber que meu urro na distância é sussurro. Ouçam por favor, prestem atenção! Não faz sentido essa separação, há de ter uma solução. Porque eu sem o quadro não sou nada, e o quadro sem mim é aquarela afogada. Vira borrão, vira tudo confusão, olha só que coisa errada. Levaram a figura sem ouvir minhas preces. Algum coração sem amor enobrece? Eu acredito, o amor sendo raro sempre faz seu reparo.

Um comentário:

Julia disse...

Acabo de ler seu melhor texto (na minha opinião). Ele tem ritmo, poesia, é singelo e profundo. Gostei ;] Beijo, linda! Ps: adiciona o Cena Candanga na sua lista de blogs?! :)