domingo, 10 de abril de 2016

Metade


Amor, navegamos tranquilos
No curso natural da vida
Cada qual com seu estilo
De encarar nossa lida
Porque nossa sinfonia
Se perfaz com alegria
Compreensão, respeito e harmonia

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Laços



No permeio
Desses anseios
De quem se esmera
Inquieta espera
De uma conquista enfim

terça-feira, 5 de abril de 2016

Passos



Que longo o passo que vem
Mas se ele me tem (reservado)
Uma lágrima que me ablua
E um sorriso que me nutra
É em si fundamentado
E basta

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Tempo amigo nosso

O tempo é nosso amigo. Todo o conhecimento que temos um sobre o outro é uma jóia rara e preciosa que ele nos deu. No tempo transformamos nossos laços de amor e intensificamos a certeza de que um sem o outro não há. Foi nele em que estabelecemos uma relação de diálogo e crescimento constante, buscando sempre o melhor de nós mesmos. O carinho, o respeito e a confiança inconfundíveis em nós foi o tempo quem solidificou.

Mas nada disso teria sido possível, meu grande e eterno amor, se não fosse o nosso companheirismo e a vontade que temos de fazer um ao outro felizes. Ah, o tempo... Aprendemos tanto com ele! Soubemos respeitar nossas diferenças e assim identificar nossos defeitos e qualidades – dessa maneira procuramos evoluir cada dia uma pouquinho mais cedendo, perdoando e amadurecendo.

O relógio é um presente tão simples perto de tudo o que ele significa... Eu tenho TANTO orgulho da nossa história, de tudo o que construímos e conquistamos. Você é uma fonte de inspiração pra mim. Eu não me canso de te admirar. Que sorte a minha!

Chorei de alegria te escrevendo na certeza de que o tempo permanecerá um grande amigo e de que nossas conquistas na vida a dois serão ainda mais raras e preciosas.
"Olha eu te amo tanto e você sabe. Sou capaz de tudo se preciso, só pra ver brilhar a todo instante no seu rosto esse sorriso".

Te direi meu sim eternamente.

sábado, 26 de dezembro de 2015

O olhar da descrença

Vi outro dia que vocês se separaram. Como tantos outros que acabo acompanhando pelas redes sociais, torcia por vocês, mesmo sem ser muito íntima, mesmo sem conhecê-los direito. Sempre me dói. Eu fico me perguntando, por quê? É que vocês especificamente tinham uma longa jornada. Superaram alguns sustos, outros desafios, e têm um elo sorridente que os unirá pra sempre.

Eu invariavelmente comecei a refletir sobre relacionamentos. Por quê eles acabam? Às vezes começam por motivos frágeis: medo de ficar só, dinheiro, comodismo, interesses interpessoais... São muitos. E se começou sólido, quando as promessas deixam de fazer sentido? Por quê o para sempre perde lugar para o enquanto durar? A verdade é que o tempo se encarrega de muitas mudanças se não há espaço para o diálogo. Situações mal resolvidas transformam as qualidades em defeitos, a paciência em intolerância, a confiança em descrença e a harmonia em desequilíbrio. Os sentimentos negativos cegam, e não sobra nenhum espaço para o perdão, nem para o amor. Muitas vezes jogamos no lixo uma caixa inteira de frutas só porque uma ou outra apodreceram.

É tão comum cobrar e julgar o próximo sem ao menos olharmos no espelho. O grande mal da humanidade é eu querer que você aja e reaja igual a mim, porque a minha concepção de mundo é verdadeira demais para que eu tente compreender a sua. Se sou fiel a minha crença, contribuo como posso e faço o que acho que me é devido, então cumpri a minha parte – e se você não me conhece profundamente, não tem direito algum de cobrança. E é tão comum sermos sumariamente rotulados por nossas escolhas porque soberba a gente vê de sobra por aí. Soberba é aquela mania que alguns têm de se acharem melhor que os outros e de serem juízes de histórias que não lhe pertencem.

Um atitude bem pequena ou uma palavra tão comum podem nos aproximar ou afastar das nossas relações mais próximas. Eu quero pra mim e pra você um ano novo com mais tentativas de compreensão do que julgamento e com mais tolerância, humildade, perdão e amor. É muito mais fácil escrever do que fazer... O que não pode é deixar de tentar – por mais resgates e menos abandonos.

sábado, 24 de outubro de 2015

A rocha

Nos braços
Abraço
Cheiro de casa

Um facho
De aço
Que me dá asas

Me pegue e
Me leve
Eternamente

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Deus?

Esses dias eu estava cantarolando uma música que o padre da minha igreja cantava sempre na homilia da missa, dizia assim: "dai-me um coração igual ao teu meu mestre / coração disposto a obedecer / cumprir todo teu querer / dai-me um coração igual ao teu". Um ateu ouviu e perguntou se a mim não incomodava que a música – ou a igreja, como entendi – pregasse a submissão. Respondi – submissão, onde? Ele respondeu – essa coisa de obedecer e cumprir o querer. Perguntei a ele se ele achava submissão a obediência que deve a seus pais. Ele não respondeu. Complementei dizendo que Deus está para nós, assim como nossos pais estão para nós. Pareceu-me convencido porque respondeu – é por isso que eu gosto de conversar com você.

Mas minha intenção não é falar de igreja, religião ou não religião. É que lembrei-me hoje de um dia que alguém me disse que "isso de sete pecados capitais é uma bobagem". Os sete pecados, sendo dogmas ou não, dizem muito sobre o mundo de hoje e as pessoas não se dão conta de que com meras palavras ou (não) ações tornam suas rotinas mais desagradáveis.

Você pensa que preguiça é ficar na TV o dia todo ou dormir até mais tarde todo dia? Na verdade é falta de vontade pra ajudar quando alguém pede – às vezes é uma coisa bem ridícula que faz a gente perder cinco minutos do nosso tempo e mesmo assim praguejamos.

Porquê não podemos enxergar na ira a falta de paciência que a contemporaneidade de um mundo cada vez mais veloz expande? Acho que o melhor reflexo disso é o trânsito – como as pessoas são violentas lá. Mas tem outros exemplos que podemos achar bestas, e não acho que sejam menos graves... Como quando aquele avô passa o dia ditando "não faça isso meu filho, vai te fazer mal" e você faz o quê? Pragueja.

Avareza não é só sobre dinheiro... É sobre doação de si mesmo – até que ponto chega o egoísmo das pessoas que economizam sentimentos?

Inveja pra mim é o mal do século. Não esse mimi de que as pessoas são falsas, querem tudo o que eu tenho e falam pelas costas – disso até a antiguidade tava cheia. Tá faltando é gente pra sentir-se genuinamente feliz com a conquista alheia – daqueles amigos que você cultiva a vida toda e sabe que torce por você.

E soberba que todo mundo fala que é orgulho ditando que você é melhor que os outros... Eu diria, com melhores palavras, que parece mais com falta de humildade para reconhecer os próprios erros. 

Quantas vezes você se olhou no espelho e reconheceu todas as suas falhas – no dia ou na vida? Quantas vezes você as repetiu? Uma vez eu ouvi uma pessoa dizendo a outra "isso aí não vai adiantar nada", enquanto ela respondeu "eu prefiro ser um grão no meio de nada, do que ser um nada no meio de nada".

Às vezes eu me pergunto quantas vidas são necessárias para se aprender a prática em vez da teoria. É bem mais difícil fazer do que falar.