sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

O dom das palavras

Acordei com vontade de escrever hoje sobre uma coisa que tá na minha cabeça há um tempo.

O Caetano disse na música dele que "quando a gente gosta, é claro que a gente cuida". Durante a minha curta caminhada, já aprendi que existem situações tão devastadoras que cuidado nenhum pode curar uma dor. A dor de uma perda, a dor da saudade, a dor de um inconformismo... Nada disso pode ser curado, se esse alguém não quiser ser ajudado.

Porém, são muitas as vezes em que a dor do outro é sua também, tanto é o amor que a gente tem. No meu desespero de trocar uma lágrima por um riso tentei achar uma solução. Busquei, busquei... Me vi com um lápis na mão.

Não sei contar o número de vezes que escrevi para confortar um coração angustiado, fosse o meu ou de alguém do lado. Mas descobri que palavra nenhuma no mundo, ou mesmo o arranjo mais bonito que elas possam ter, tem efeito duradouro.

As palavras pertencem ao plano das teorias, o plano das fantasias. É mais fácil escrever do que fazer. No fim, o que vale mesmo é a intenção, porque - efêmeras ou não - vale o sorriso que causaram, o sentimento que despertaram e o amor que demonstraram. Elas podem não ter o poder de cura ou de ação, mas têm o de causar emoção.

Palavras são pra mim um bem precioso. Nelas eu guardo meus segredos, comemoro meus sucessos, confesso meus anseios, lamento minhas ilusões, conforto quem precisa e falo da vida...

Escolha bem a palavra proferida, ela, ás vezes, tem o poder de jamais ser esquecida.

Um comentário:

José disse...

Ei, garota. Cada vez mais me sinto teu fã. As pessoas ficam me cobrando: "Quando é que tua neta vai publicar o livro dela?" - Com um sorriso que ão tem tamanho de sentir orgulho do que a neta escreve, simplesmente respondo: "Pergunta pra ela, no próprio blog dela!".
Lê, você tem o dom de brincar com as letras com bastante desenvoltura e facilidade. Um beijo do vô coruja
Vô Zezinho