De que lhe adianta ficar sentada aí na rua
Se as nuvens negras da noite cobrem a tua lua?
Olha, já te vi chover de um tanto
Que as gotas de tão amargas, ficam salgadas
E perdi a conta de quantos
Discursos ouvi a vitrola tocando "só queria ser amada"
Já chega, levanta da minha janela
E procura para ti outra nova ruela
Porque se tu não cansas de repetir
Eu, sim, já me cansei de te ouvir
Eu sei meu bem
Te cansou o desmantelo
Não me esqueço também
Do querer mais zelo
Pobre do coitado
De quem exiges tanto cuidado
Não me tenha como mau
Já passei por quase igual
É desgostoso não se ter
Na medida do que se quer
É difícil se conter
Muito esforço isso requer
Mas nem sempre nosso nobre espectador
Consegue enxergar o tamanho da tua dor
A história repetida da tua vida
Me deixa comovida
Mas fatigada
Por favor, procure outra calçada
Porque se tu nunca parares de chover
Não verás as estrelas que brilham para você
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3 comentários:
"É desgostoso não se ter
Na medida do que se quer
É difícil se conter
Muito esforço isso requer"
Minha parte preferida.
Perfeito texto (:
"Mas nem sempre nosso nobre espectador
Consegue enxergar o tamanho da tua dor"
Ai,ai...
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